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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Ebola: vacinas experimentais são enviadas à Libéria


Foto: Reuters
Ebola já matou mais de 8 mil pessoas, principalmente no oeste da África
O primeiro lote de uma vacina experimental contra o vírus ebola foi enviado à Libéria, um dos países mais afetados pelo surto que já matou cerca de 10 mil pessoas, principalmente no oeste da África.
O carregamento será o primeiro de um medicamento potencialmente preventivo a chegar à nação africana.
Mas especialistas dizem que, com o número de casos da doença caindo, talvez seja difícil garantir que a vacina ofereça proteção contra o vírus.
O medicamento foi produzido pelo laboratório farmacêutico britânico GlaxoSmithKline (GSK) e o National Institutes of Health, dos Estados Unidos.
Proteção
A GSK informou que um avião com 300 doses iniciais da vacina deve chegar a Monróvia, capital da Libéria, ainda nesta sexta-feira.
A e espera que o primeiro voluntário seja imunizado nas próximas semanas.
Andrew Witty, CEO da GSK, disse que o ritmo de desenvolvimento do medicamento foi sem precedentes e poderia ser comparado apenas ao desenvolvimento da vacina contra à pandemia de gripe ou às novas drogas contra o HIV, o vírus da AIDS.
"Para se ter uma ideia, adiamos os programas de desenvolvimento de duas outras vacinas para que pudéssemos ter espaço suficiente para criar esse medicamento", explicou. "Foi tumultuado."
Cientistas esperam envolver 30 mil voluntários no teste, incluindo agentes humanitários.
Se todas as normativas forem cumpridas, cerca de 10 mil voluntários receberão a vacina da GSK.
Parte do total de 30 mil voluntários receberá um placebo, ou seja, uma vacina sem efeito. E há planos de que outros 10 mil recebam uma outra injeção experimental.
Os resultados serão comparados para ver se alguma dessas vacinas oferece proteção contra o vírus.
Uma versão da vacina já foi testada em 200 voluntários saudáveis no Reino Unido, nos Estados Unidos, na Suíça e no Mali.
A GSK diz que conseguiu obter um perfil de segurança aceitável, mas é apenas em países afetados pelo ebola que especialistas podem determinar se a vacina pode oferecer proteção adequada contra o vírus.
"Enviar a vacina hoje é uma grande conquista e mostra que estamos no caminho certo para acelerar o desenvolvimento de um medicamento contra o ebola", disse Moncef Slaoui, da GlaxoSmithKline.
"Os dados da fase inicial que temos vistos são encorajadores e nos dão confiança em progredir para as próximas fases de testes clínicos."

Vacina contra o ebola | Foto: AP
Versão de vacina experimental já foi testada em 200 voluntários saudáveis

Oportunidades fracassadas

A GSK ressalta que a vacina ainda está em desenvolvimento e precisa do aval da Organização Mundial da Saúde (OMS), bem como de outros reguladores, sobre a segurança do medicamento antes de considerar implementar qualquer campanha de imunização em massa.
Testes em campo de outras vacinas ─ como uma que envolve o laboratório farmacêutico Merck ─ estão sendo planejados na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa nos próximos meses.
E há relatos de que testes de uma droga experimental chamada Zmapp devem começar nas próximas semanas.
No entanto, especialistas dizem que, com o número de casos de ebola caindo, as oportunidades para testar vacinas e drogas podem acabar limitadas.
Segundo o professor Jonathan Ball, especialista em vírus da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, devido à queda no número de casos reportados do vírus, ficará "mais e mais difícil mostrar se essa vacina terá algum impacto".
"Talvez dentro de alguns meses estaremos em uma posição em que não saberemos ao certo se essa vacina será eficiente em humanos."
"Mas é importante obter respostas se conseguirmos obter resultados positivos ─ se não para esse surto, para os surtos futuros. Precisamos estar preparados."
Segundo dados mais recentes da OMS, o ebola já infectou 21.724 pessoas, das quais 8.641 morreram.

'Perdi meus braços e pernas, mas tive o ano mais feliz da vida'


Alex Lewis e sua familia (Foto: arquivo pessoal)
Alex diz que a doença o fez ver suas relações pessoais de forma diferente
"Há dias em que eu acordo e penso, nossa, meus ombros doem, minhas extremidades estão doloridas, mas sigo em frente", diz Alex Lewis.
Aos 34 anos de idade, o britânico, ex-proprietário de um pub, viu sua saúde ficar em estado crítico em poucas semanas. Perdeu as pernas e os braços. Perdeu também os lábios e o nariz.
Cirurgiões desde então retiraram pele de seus ombros para substituir seus lábios - deixando-o, ele brinca, parecido com um personagem de Os Simpsons e com um nariz que escorre constantemente.
Apesar disso, Alex descreve seu último ano como o melhor de sua vida.
A atitude positiva do britânico é considerada extraordinária pelas pessoas ao seu redor. Ele diz que se sente mais feliz agora do que antes de ficar doente. Muitos acham difícil de acreditar, mas Alex afirma que tirou coisas boas do processo.
"(A doença) me fez pensar de forma diferente quanto a ser pai, parceiro, ser humano", contou ele 
Uma organização de caridade aberta em seu nome lhe deu ímpeto para ajudar outras pessoas. E ele pretende se casar com sua companheira.
"Tive sorte por ter minha família ao meu lado. Eu sabia que tinha um futuro adiante, porém sofria pelo fato de meus entes queridos estarem passando por isso, sofrendo ao me ver."
Por outro lado, Alex não consegue mais fazer muitas coisas das quais gostava, como cozinhar e jogar golfe. Ele e sua companheira Lucy perderam o pub que administravam.

Infecção

Era novembro de 2013 quando Alex percebeu sangue em sua urina e manchas e machucados estranhos em sua pele.
Médicos retiraram pele do ombro de Alex para reconstruir seu lábio e ele anda com a ajuda de próteses
Levado às pressas ao hospital, descobriu que tinha uma infecção estreptocócica tipo A. A infecção penetrou profundamente em seus tecidos e órgãos e provocou um envenenamento sanguíneo, ou sepsia, que pode causar falência múltipla de órgãos.
A pele de seus braços e pernas e parte de sua face rapidamente escureceram e gangrenaram - seus membros tiveram de ser amputados. Para parentes e amigos que ficaram ao lado dele diariamente enquanto respirava com a ajuda de aparelhos, foi algo chocante.
Mas para seu filho Sam, na época com três anos, era como se o pai estivesse coberto de chocolate.
Quando Alex soube que seu braço esquerdo teria de ser amputado acima do cotovelo, resultado de uma gangrena que estava infeccionando seu sangue, ele diz que não sentiu tristeza, porque os médicos foram bastante realistas. "Era uma questão de 'este braço está me matando'", conta.
Na segunda semana de dezembro, mesmo após a amputação, sua vida ainda corria risco. Por isso, pouco tempo depois, Alex teve de perder também as pernas.
"Processei cada amputação individualmente", conta. "Parte de mim pensou, 'vamos só resolver esse processo para que eu possa sair do hospital e voltar para casa'."
Mas, no fim das contas, ele diz que não teve muito tempo para pensar.
Antes de ficar doente, Alex era proprietário de um pub
Seu último membro, o braço direito, também estava doente, mas os médicos acharam que havia uma chance de salvá-lo. Fizeram uma operação de 17 horas e meia na véspera do Natal de 2013 para reconstruí-lo, retirando o tecido morto.

Tarefas cotidianas

Para os médicos e para Alex, era crucial fazer o possível para preservar pelo menos um dos membros.
"Todos os amputados de quatro membros que conheci ao longo dessa jornada me disseram que fariam tudo por uma mão", diz Alex. "(Com ela) você ainda consegue fazer tarefas cotidianas, beber água, escrever."
Mas o dano era grave demais e, certa noite, enquanto dormia, Alex se virou e acabou quebrando o braço ao meio, porque o osso estava infeccionado.
Sua companheira Lucy ficou devastada, imaginando que a vida ficaria muito mais difícil também sem esse membro. Mas Alex diz que achou o desfecho melhor do que se ele tivesse tentado por anos salvar o braço em vão.
"Acho que psicologicamente teria sido muito pior esperar muito tempo e depois perdê-lo", raciocina.
A partir daí, o britânico teve de aprender a viver uma nova vida. Não conseguia mais se levantar sozinho, tampouco se lavar e se vestir. Precisou acostumar-se à ajuda de um cuidador diariamente. Sua prioridade passou a ser aprender a andar.
Alex diz que, nos dias em que sente dor, só pensa que deve seguir em frente
Esse aprendizado começou em um hospital de Roehampton, no sudoeste de Londres. Em apenas duas semanas, Alex surpreendeu todos ao conseguir caminhar com próteses especiais.
Ele já caminha há mais de três meses e diz que progrediu muito, mas ainda pena para se adaptar. "Subir escadas é difícil, porque (as próteses) são curtas."
Alex agora também usa próteses de braços, na forma de ganchos, que o ajudam nas tarefas cotidianas.

Irreconhecível

O britânico diz que ainda se sente como em um mundo surreal e confessa que se estranha ao se ver no espelho: o corpo que ele conheceu durante 33 anos mudou drasticamente em um ano, e ele reconhece que foi uma perda horrível.
"É algo inquietante, mas acho incrível o que o corpo humano é capaz de superar", afirma.
"Sempre fui tranquilo, relaxado. Essa atitude mudou, hoje tenho pressa para conquistar coisas - o que no meu caso é conseguir pegar uma xícara de café. (Mas) tenho sorte de estar vivo", diz.
"Foi, de longe, o ano mais incrível da minha vida. É difícil explicar, mas me sinto forte, bem, saudável e feliz em casa, talvez mais do que antes. Coisas ótimas saíram dessa experiência, que me fez perceber o quão preciosa é a vida."

Menstruação – o último tabu das mulheres esportistas?


Heather Watson durante partida no Aberto da Austrália (Getty)
Tenista britânica disse que se sentiu mal durante partida do Aberto da Austrália
O impacto do ciclo menstrual no desempenho das atletas é o "último tabu" do esporte, opina a ex-tenista britânica (e ex-número 1 do país) Annabel Croft.
Ela declarou à BBC Radio 5 que as mulheres "sofrem em silêncio".
O comentário se referia à derrota, na primeira rodada do Aberto da Austrália, na terça-feira, da também britânica Heather Watson, que admitiu que não se sentiu bem durante a partida.
"Acho que é apenas uma dessas coisas que eu sinto, coisas de menina", disse Watson à BBC Sport.
A jogadora de 22 anos contou que sentiu tontura, náusea e falta de energia na partida, que perdeu por 6-4 e 6-0 para a búlgara Tsvetana Pironkova.
Ela pediu ajuda médica no final do primeiro set e estava visivelmente abatida nos últimos sete games, vencidos por Pironkova.
Após a derrota, Watson afirmou que "se sente assim às vezes".

'Corajosa'

"Vou ao médico depois, para ver se há algo que eu possa fazer para me ajudar em momentos como este no futuro."
Annabel Croft descreveu os comentários de Watson como "corajosos" e afirmou que as mulheres "se identificam totalmente" com esses sintomas.
"Os problemas mensais das mulheres são um dos temas que são varridos para baixo do tapete, um grande segredo. Para as mulheres, ter de lidar com eles já é difícil o bastante, mas tentar jogar um esporte de alto nível em um dos momentos mais cruciais do calendário (esportivo) é uma falta de sorte", afirmou a ex-atleta.
"Acho que as mulheres sofrem em silêncio quanto a isso. É um tema que sempre foi tabu."
Watson disputou o primeiro Grand Slam da temporada, em Melbourne, pouco depois de ter conquistado seu segundo título da WTA, na semana passada, e estando em 38º lugar no ranking feminino.
"É muito frustrante, especialmente no momento em que eu realmente quero toda a minha energia e estar em 100% (da forma)", disse Watson. "Mas acontece. É uma pena e uma droga."

Novo museu judaico de SP terá utensílios e histórias de campos de concentração


Maior museu dedicado à cultura judaica na América Latina será inaugurado em 2016 em São Paulo
Maior museu dedicado à cultura judaica na América Latina será inaugurado em 2016 em São Paulo
Esqueça os quadros, esculturas e obras de arte suntuosas: no maior museu judaico da América Latina, que abre as portas no ano que vem em São Paulo, as grandes estrelas serão bonecas, roupas, móveis e objetos pessoais.
Mais de 700 peças cotidianas usadas tanto por famílias judias reocuparão os salões da antiga sinagoga Beth-El, construída no final dos anos 1920 e fechada em 2007 ─ já com a estrutura comprometida e a fachada literalmente caindo.
São peças de momentos distintos na vida de refugiados judeus - dos campos de concentração, do dia a dia na Europa durante a Segunda Guerra e após a chegada ao Brasil.
O local, na rua Martinho Prado, próximo à Av. Nove de Julho, antes frequentado por algumas das famílias mais ricas do país, perdeu público com a desvalorização da região central da cidade. Hoje a área vive momento oposto ─ o investimento em restauro e ampliação do prédio histórico (que terá nova ala de vidro) deve alcançar R$ 26 milhões, dos quais R$ 900 mil vêm do governo alemão.
"O Brasil tem papel especial porque acolheu as pessoas", diz a doutora em Literatura em pela USP Nancy Rozenchan, que faz parte do conselho de curadores do futuro Museu Judaico de São Paulo. "Na Europa, a guerra teve impacto mais forte e traumático", diz.
A constatação não sugere que a experiência por aqui tenha sido simples.
"Demorou bastante tempo para que as relações com o Holocausto viessem à tona na cultura brasileira", diz a pesquisadora. "Os que sobreviveram foram pessoas que sofreram muito e perderam familias, bens, nome, identidade. Quando chegavam no Brasil, pensavam naqueles que não resistiram", diz. "Tudo muito cruel."
Imagens mostram diferentes etapas do processo de restauro de documentos do acervo
Do centro do salão principal, o médico Sérgio Simon, presidente do novo museu, aponta para a vizinha praça Roosevelt, que, nos anos 1940, teria sido reduto de simpatizantes do regime de Adolf Hitler. "O partido nazista o os integralistas foram muito fortes aqui e o Brasil recebeu muitos nazistas", diz.
Séries de passaportes com nomes alterados e diplomas profissionais confiscados vão ilustrar as dificuldades enfrentadas pelos judeus durante o governo Vargas (1930 - 1945). "A meta é criar uma espaço de referência sobre as relações históricas do Brasil tanto com judeus, quanto com os nazistas", diz Simon.
Talheres e suásticas
Diferente de vários museus mundo afora, o valor da maioria das peças que serão expostas é simbólico, não financeiro, afirmam os curadores.
Os ambientes iluminados por vitrais amarelos de 1929 trarão, por exemplo, garfos e facas de prata decorados com suásticas talhadas. Eles eram usados diariamente no mais sanguinário dos campos de concentração - Auschwitz, na Polônia, cuja liberação por tropas soviéticas completa 70 anos nesta terça-feira.
Células ilustradas com estrelas de Davi eram usadas como moeda de troca no campo de concentração Theresienstadt
"O conjunto de talheres era restrito aos oficiais nazistas, não a judeus ou outros prisioneiros. São objetos que trazem uma imagem tremenda da diferença entre um lado e outro nos campos de concentração", explica a pesquisadora Rozenchan.
O trajeto entre Auschwitz e o centro paulistano se deu graças a uma judia húngara que trabalhava na cozinha do campo de concentração mais famoso do nazismo.
"Ela cozinhava para os oficiais e num gesto último escondeu estas peças, que nos foram cedidas por sua neta", diz a professora.
Bilhetinhos e dinheiro
Diário escrito entre 1941 e 1942 narra cotidiano de adolescente judia em meio ao nazismo
Um caderninho simples e amarelado de 28 páginas se destaca na coleção, que conta com doações dos museus judaicos de Nova York, Berlim e Jerusalém: trata-se do diário da pré-adolescente alemã Lore Dublon, escrito entre março de 1941 e janeiro de 1942.
"Era uma mocinha de 13 anos que foi com os pais da cidade alemã de Erfurt para a Bélgica, tentando escapar do regime", conta Simon. "Como Anne Frank [cujo diário escrito durante o nazismo virou best-seller e filme], ela descrevia ali seu dia a dia, guardava bilhetinhos de amigos e entradas de cinema. Teve um namoradinho que 'sumiu': ela não entendia que ele tinha ido para um campo de concentração", afirma.
Antes de chegar às mãos de um engenheiro em São Paulo, o diário foi recuperado por um tio da menina, que o enviou para parentes que viviam no Uruguai. Perdido por mais de seis décadas, o texto não dá pistas sobre o destino de Lore e seus parentes.
Os curadores respondem: "Lore e sua família foram exterminados em Auschwitz".
Tão amareladas quanto o caderno estão as células ilustradas com estrelas de Davi (nos valores de 1, 2, 5, 10, 20, 50 e 100), usadas como moeda de troca no antigo campo de concentração Theresienstadt, na atual República Tcheca.
"Este campo foi uma tentativa de camuflar o regime, transformá-lo num pseudoparaíso", avalia a professora Rozenchan. "As pessoas na prática tinham todo o seu dinheiro confiscado e trocado por estas notas que compravam nada, não serviam para nada", diz.
Pobres e negros
Sergio Simon, presidente do museu: "Meta é criar espaço de referência sobre as relações históricas do Brasil tanto com judeus, quanto com os nazistas"
Iniciada em 2011, a construção do Museu Judaico tinha fim previsto para este ano - o que não se previu foi a dificuldade em fincar novos pilares no solo alagado da região, por cujo subsolo passa um rio canalizado.
"Precisamos refazer as fundações e isso nos tomou muito tempo", afirma o presidente do museu, que recebeu doação de R$ 1 milhão do governo de São Paulo via lei Rouanet. "Este é um dos melhores projetos de museus não só do país, mas talvez do mundo", disse o governador Geraldo Alckmin, que esteve por lá.
A direção espera receber público entre 50 e 70 mil pessoas por ano após a inauguração, cuja obra envolve pelo menos 200 homens.
"Não queremos um espaço fechado pela comunidade, mas frequentado por todo mundo", diz o presidente.
"Quem serão estas pessoas?", pergunta a reportagem.
"Alunos de escolas públicas, por exemplo", responde Simon, em frente ao pesado altar de madeira recém-restaurado. "Pobres e negros no Brasil são como os judeus: sempre foram discriminados."

Batalha por filha nascida nos EUA tem acusação de sequestro e violência


Garota nasceu nos EUA e por isso tem dupla cidadania
A disputa de uma mãe e um pai brasileiros pela guarda da filha, nascida nos Estado Unidos, se transformou em uma batalha judicial que vem sendo travada em cortes dos dois países.
O litígio sobre a garota S., de 6 anos, começou há quase cinco anos, mas uma recente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) fez o caso ganhar novas proporções - e chegar às mídias sociais.
O caso envolve a publicitária Flávia Harpaz e o analista de sistemas Maurício Sadicoff, cuja filha nasceu nos Estados Unidos e, por isso, tem dupla nacionalidade.
A troca de acusações entre a mãe e o pai é vigorosa e envolve famílias, voos internacionais, Skype e muitos advogados.
De consenso entre as duas partes, a história tem os seguintes desdobramentos:
Logo após o nascimento da menina, em 2008, nos Estados Unidos, o casal deu início a um divórcio complicado. Durante o processo, Flávia acusou Maurício de ser violento e obteve na Justiça local uma uma medida cautelar de proibição de aproximação contra ele, baseada em suas queixas - em uma espécie de Lei Maria da Penha.
Ele foi obrigado a sair de casa e somente podia visitar a filha em horários marcados, acompanhado por oficiais. Também foi determinado que ele pagasse pensão alimentícia.

Brasil

Na época, Flávia ganhou na corte o direito de vir com S. para Brasil, sem a presença de Maurício, por duas semanas.
Já no Rio de Janeiro, ela decidiu não mais voltar para os Estados Unidos. E aí os problemas se agravaram.
Em 2010, Maurício entrou com uma ação na Justiça brasileira, citando a Convenção de Haia, alegando o sequestro interparental de uma americana (já que S. também é cidadã americana, por ter nascido lá).
Disputa por garota S. lembra caso Sean Goldman
Após várias decisões e recursos ao longo dos últimos cinco anos, O STJ deu ganho de causa para o pai e decidiu que S. deve ser levada de volta pra os Estados Unidos, para que um juiz americano determine de quem é a guarda.
E um dos últimos capítulos ocorreu há dois dias, quando foi expedida uma liminar de busca e apreensão da garota, que agora pode ser levada para os Estados Unidos nos próximos dias.
A esse ponto, muitos comparam o caso ao do menino Sean Goldman, que em 2009 retornou aos EUA após uma determinação do STF. Neste caso, a disputa ocorria entre o pai - o americano David Goldman - e a família carioca da mãe, que havia morrido no parto de seu segundo filho, no Rio.
Flávia Harpaz, publicitária
"Eu vivo nesse inferno há mais de quatro anos. Vivo com medo. Pavor de aparecerem de repente e levarem minha filha de mim. Já tive de mudá-la de escola. Apesar de ela ainda ser pequena e de eu não contar a história inteira para ela, ela percebe o que está acontecendo. É difícil.
Para me manter forte eu olho para ela. Olho para a minha filha e pronto. Isso me faz recuperar a força. Me mantenho forte por ela. Vou no banheiro chorar um pouco e volto. Se eu não protegê-la, quem vai?
Quando foi expedida a primeira liminar de busca e apreensão da S., em 2011, foi o momento mais desesperador da minha vida. Depois, na segunda, os oficiais foram na casa da minha mãe, mas por sorte não estávamos lá e depois a decisão foi revertida.
Eu não tenho raiva, tenho pena dele. Porque o esforço que ele vem gastando nisso até hoje, ele podia ter gastado com a filha. Ele perdeu muita coisa. Perdeu o primeiro dentinho dela que caiu, perdeu ela começando a escrever...
O caso todo é muito revoltante. Ninguém entende como chegou a esse ponto. Eu ganhei uma medida de proteção contra ele, porque ele era violento. Depois que eu pedi o divórcio, ele começou a me agredir, primeiro com palavras e depois com torções de braço e outras agressões.
Como querem devolver a S. para uma pessoa assim??
Eu sempre acreditei que eu e o meu ex-marido faríamos um acordo. Tanto que sempre quis que ele fosse parte da vida da S. Mas em todos esses anos, ele nunca veio visitá-la. Eu colocava os dois para falar pelo Skype e ela sempre perguntava 'Papai, quando você vai vir me ver?'. E ele sempre enrolava a S.
Ela sempre manteve contato com os avós paternos dela, inclusive indo dormir na casa deles toda semana até dois anos atrás. Tem fotos no Facebook mostrando eles juntos. Eu confiava muito neles. Mas depois comecei a ficar com medo.
Não falo mal para a S. do pai dela, porque ela merece ter um pai.
Não tenho medo que o caso da minha filha repita o caso Sean. Tenho plena consciência de que são bem diferentes. A mãe dele havia morrido. Eu estou viva. O pai dele era americano. Somos todos brasileiros.
A S. não conhece o pai. Ela só o viu quando tinha meses e, depois, pela tela do computador. Por que levá-la de mim para alguém que ela nem conhece pra valer?"

Ricardo Zamariola, advogado do pai de S., Maurício Levy Sadicoff

É, sim, verdade que quando eles moravam nos Estados Unidos, foi expedida umarestraining order (proibição de aproximação) contra o Maurício, após a Flávia acusá-lo de violência. É uma espécie de lei Maria da Penha, como temos aqui no Brasil. O Tribunal expede a ordem apenas com o depoimento da acusação, pra depois averiguar. Depois o caso foi arquivado (nos EUA) porque ela não deu continuidade ao voltar para o Brasil.
Não é verdade que meu cliente nunca quis visitar a filha. Ele tentou, mas a mãe colocava restrições. (Por Twitter, Maurício disse à BBC Brasil que foi ao Rio em 2013 e em julho de 2014 para tentar visitar a filha, mas sem sucesso).
A menor teve sim contato eventual com os avós paternos.
(Maurício também confirmou, via Twitter, que ele e a filha se falavam por Skype, sendo que a última vez foi em junho de 2013.)
É preciso ficar claro que o retorno de S. para os EUA não significa que a guarda passará para o pai, e sim que a corte de lá decidirá sobre isso.
Flávia precisa confiar no sistema americano. Ela já tinha a guarda provisória da S. em 2010. Tinha direito à pensão alimentícia inclusive.
Agora, estamos aguardando o cumprimento da ordem de retorno, que está vigente indefinidamente.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A história da jovem que vai se casar com o próprio pai e quer ter filhos


Parece uma história fictícia ou um roteiro de filme, mas é a mais pura verdade: uma garota, hoje com 18 para 19 anos, reencontrou seu pai biológico depois de 12 anos de separação e eles se apaixonaram um pelo outro. Em entrevista para a New York Magazine, ela faz um relato sobre como se reaproximaram, o sentimento entre eles e os planos para o futuro.
A menina, que não teve o nome divulgado apesar de ser maior de idade, conta que seus pais se conheceram no colégio e que ela foi concebida na noite de formatura. Eles até tiveram um breve relacionamento de seis meses, mas, devido a um problema psicológico da mãe (ela era bipolar), o namoro dos dois não deu certo e eles se separaram.

A infância

O pai não acompanhou a gravidez nem tampouco esteve presente na noite em que ela nasceu. A mãe começou a ter surtos cada vez mais frequentes. Ela precisou ser internada e, por esse motivo, a jovem foi criada pelos avós maternos. Então, enquanto ela ainda era um bebê, não teve contato algum com a figura paterna.
O homem reapareceu quando a garota tinha por volta de 3 ou 4 anos de idade e disse que queria ter mais contato com a filha. Eles passavam os finais de semana juntos, e ele costumava mimar a menina, dando vários brinquedos e a levando para passear. Porém, quando ela completou 5 anos, ele novamente sumiu porque não suportava a sua mãe.

A adolescência sem o pai e o sofrimento pela sua ausência

Como é de se esperar, ela sofreu muito com a ausência da figura paterna e sempre se lembrava dele, mas não o procurava. A garota relata que também sofria no convívio com a mãe, que é muito autoritária. Até que, quando a jovem completou 15 anos, ele mandou um email para a mulher dizendo que queria ver a filha.
Começou então uma briga entre as duas. A menina afirmava que sentia falta do pai e queria vê-lo. A mãe perguntava como ela poderia perder alguém que nunca teve. Esse debate durou dois anos e, durante esse tempo, o pai não se reaproximou da filha. O reencontrou foi acontecer quando ela já tinha 17 anos de idade.

A reaproximação

Devido à rigidez de sua mãe, a menina não tinha acesso nem mesmo ao seu Facebook. A mulher controlava a senha e impedia que a filha entrasse na rede social sem autorização. Então, um dia depois de recuperar seus dados, o pai a adicionou. Ao ser questionado por que não tinha feito isso antes, ele disse que ela sempre rejeitava os pedidos. Era a mãe.
Então ele mostrou a ela vários emails enviados para a mulher solicitando visitá-la, mas ela nunca respondia. Uma semana depois, ele foi vê-la e a garota pediu para passar uns dias com ele. Nessa época, o homem morava com a namorada, que aceitou a visita da menina por um tempo. Foi realmente um alívio para ela se ver livre da mãe.

A atração entre os dois

Desde o primeiro momento, a jovem sempre achou o pai muito lindo e se reprimia por ter esse tipo de pensamento sobre ele. Por outro lado, ela o via como rapaz qualquer, já que toda a vida passou longe dele e não tinha uma figura paterna associada àquele homem. Depois de cinco dias, já se sentia sexualmente e romanticamente atraída por ele.
Nos primeiros dias de sua estadia na casa do pai, a jovem dormia no chão e o homem no sofá, até que passaram a dormir os dois no mesmo lugar e, quando deram por si, estavam juntos de conchinha. Ela se assustou com a situação e ele admitiu para a menina que havia tido uma ereção durante a noite, mas ela nada percebeu.

A primeira relação sexual e o amor entre os dois

Certa noite, ela o mordeu de brincadeira e viu que ele se arrepiou. O pai beliscou a coxa da jovem e ela também teve a mesma reação. Eles se assustaram, mas acabaram se beijando e fizeram amor. Foi a primeira vez da jovem, que já havia namorado duas vezes — um rapaz e uma menina —, mas nunca tinha se entregado a ninguém.
Depois disso, eles ficaram ainda mais apaixonados um pelo outro. O homem terminou o seu namoro e ela mudou-se definitivamente para a casa dele. Como é de se esperar, a mãe e sua família não aceitam o relacionamento dos dois, mas a família paterna abençoou o casal e até disse que estão ansiosos para que eles tenham filhos.

Planos para o futuro

E é claro, esse é um dos planos deles: ter filhos biológicos. A jovem já pesquisou sobre relações incestuosas e o risco de gerar crianças que podem ter problemas genéticos e constatou que existe muito mito por trás desse fato. O sonho da garota (e também de seu pai/noivo) é ter os seus próprios bebês, sem precisar adotar.
Antes disso, eles sonham em se casar, primeiro mudando-se para Nova Jersey — já que lá o incesto adulto não é ilegal — e, depois, realizando uma cerimônia grandiosa, cheia de todos os detalhes que a jovem sempre sonhou. Só então ela pretende ligar para a mãe para avisá-la de que, se quiser ver seus netos, basta enviar dinheiro para eles irem até ela.

O preconceito

Para a jovem, essa relação é perfeitamente normal, mas ela admite que, aos olhos da sociedade, estão cometendo um crime. Além do fato gritante do incesto, existe também a diferença de idade entre os dois: ela está com 18 e ele com 37 anos. Mas eles garantem que isso não atrapalha em nada e a menina afirma que está mais feliz do que nunca.
O homem costuma lhe dar bons conselhos, corrige seus defeitos e a elogia. Eles se sentem ligados o tempo todo, mas a menina afirma que, quando precisa de uma figura paterna, apenas diz: "Ei, pai, preciso de você", e então ele não é mais o seu noivo ou namorado. Isso não confunde o casal, mas não tem a aceitação da maioria das pessoas.

Atração Sexual Genética (Genetic Sexual Attraction) — a GSA

A história dessa garota não é única no mundo. Por incrível que pareça, 50% dos parentes afastados que se reencontram quando adultos sentem essa atração romântica e sexual. Isso tem o nome de Atração Sexual Genética, também conhecida por GSA, e a psicologia tem várias explicações, inclusive o fato de haver muitas semelhanças entre as duas partes.
A GSA foi descoberta no final dos anos 80, quando o fundador de um grupo de apoio à a crianças adotadas que recentemente reencontraram seus pais biológicos se sentiu amorosamente e sexualmente atraído por sua filha que conheceu 26 anos mais tarde. Então ele pesquisou sobre isso e descobriu que não é tão incomum quanto ele pensava.

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E você, o que acha de toda essa história? Perturbadora? Incomum? Normal? Conte para a gente o seu ponto de vista sobre isso aqui nos comentários!